86 Part 2
A-1 Pictures
12
2021
Ação, Drama, Mecha, Sci-fi
Juggernauts, os drones não-tripulados de guerra, desenvolvidos pela República de San Magnolia para conter os ataques dos Legion, os drones autônomos do fronteiriço Império de Giad. Mas os Juggernauts são não-tripulados apenas para a mídia. Na realidade, eles são pilotados pelos Eighty-sixers - humanos tratados como inferiores, e usados como meras ferramentas. Shin é o capitão do Esquadrão Spearhead, lutando num campo de batalha onde apenas a morte o espera. Lena é uma soldada de elite, encarregada das operações de campo e determinada a tratar os Eighty-sixers com humanidade.
Esta é uma análise de 86 Part 2, um anime mecha sobre um mundo pós-apocalíptico em que os jovens 86 devem lutar com Juggernauts contra o exército da Legion para evitar a extinção humana. É uma história sobre política, desigualdade e guerra. E, por isso, é sobre tragédia.
Recomendo que leia essa review somente depois de ter assistido a temporada, pois ela contém spoilers, especialmente sobre a primeira parte da temporada.
A história é contada por dois lados diferentes. Um de Milizé, quem comanda os 86 e o outro, dos próprios 86, com Shinei como protagonista. Esta, já é a segunda parte da primeira temporada, agora, nós acompanhamos os 86 descobrindo uma nova nação enquanto a nação de Milizé é devastada.
Sem mais delongas, vamos para a análise.
História
A história continua de onde a primeira parte parou. Os 86 sobreviventes, seguem rumo ao desconhecido, até encontrarem um novo lugar, com novas políticas e problemas. Lá, eles vivem normalmente pela primeira vez, mas não conseguem se afastar completamente da guerra.
Enquanto isso, na nação que eles deixaram para trás, tudo vira um caos e Milizé usa tudo o que aprendeu com esses jovens para lutar, para que eles consigam sobreviver.
Toda a temporada teve uma pergunta como tema “por que estamos lutando?” E cada personagem encontra sua resposta. Aqui, a história conserta uma falha da primeira parte. Deu tempo aos personagens para se desenvolverem e tomarem decisões que pareçam verídicas.
Mas, nem tudo são flores, a história continua falhando nas explicações. Como ela é contada por pontos de vista, dependemos muito do que os personagens sabem e, por isso, muita coisa desta nova nação foi mal explicada, especialmente a Frederica, nova personagem para esta parte. Sua história é confusa, e, as vezes, parece que só está lá para mover a história em uma direção específica.
Nota: 9.0
Animação
O que falar da animação de um anime que teve seus episódios adiados diversas vezes? Problemas na produção o assombram desde a primeira parte, e nessa seria difícil não perceber o quão econômica ela passou a ser. A A-1 Pictures normalmente não se envolve nesse tipo de problema, mas o caso desta temporada foi terrível.
O anime em si tentou cobrir esses problemas, mas a história não permitia economia em alguns pontos. Podemos ver muitos quadros estáticos em cenas mais calmas, mas, durante a guerra e as batalhas, conseguiram encobrir os problemas e entregar algo de altíssima qualidade.
O CGI da A-1, é uma maravilha e combina perfeitamente com um anime mecha. Mesmo com os muitos problemas e a produção apertada, ainda conseguiram entregar uma temporada mais bem animada do que metade dos animes que saem hoje em dia.
Nota: 8.0
Direção
A direção é de Toshimasa Ishii, seu primeiro trabalho como diretor solo em um anime de temporada. E devo dizer que a temporada só não foi um completo desastre por conta da competência dele e de sua equipe. A produção limitada e o pouco tempo que tiveram puderam ser mascarados através de técnicas de direção, estilizações e ângulos de câmera pouco usuais.
Quando a produção tinha tempo para trabalhar, claramente saia algo acima da média, mesmo com um storyboard considerando as limitações que eles teriam. Os dois últimos episódios, que foram adiados por 2 meses(!!) são um espetáculo visual, mesmo ainda utilizando a criatividade para escapar de uma produção atrasada.
Em termos do que foi apresentado no anime, de direção não há o que reclamar.
Nota: 9.5
Trilha Sonora
Hiroyuki Sawano. Somente este nome já praticamente garante uma trilha sonora épica e emocional para um anime. Shingeki no Kyojin, Ao no Exorcist, Owari no Seraph, Aldnoah.Zero… Eu poderia citar qualquer obra dele que eu tenha visto que teriam essas mesmas características.
A trilha sonora de 86 é épica, linda, emocional. Utilizada no momento certo, ela traz o impacto que as cenas precisam. Ela é memorável. A minha maior reclamação sobre trilha no anime é a música de encerramento, que, provavelmente, é irritante de propósito.
Nota: 10.0
Entretenimento
É um bom drama militar. Mesmo quem não gosta de animes mecha deve achar a história interessante, pois o foco não são as lutas contra robôs, mas as lutas internas de cada personagem. É uma história profunda, que as vezes tenta entrar em territórios que não sabe lidar muito bem. Mas que consegue emocionar e criar uma ligações entre o espectador e os personagens.
Nós queremos que coisas aconteçam, nós sentimos muito quando outras acontecem, nós nos empolgamos quando uma batalha é vencida, e quando personagens se reencontram. E eu, particularmente, gostaria muito de ver uma continuação.
Nota: 9.0
Conclusão
Para encerrar devo dizer que 86 Part 2 foi uma experiência que valeu a pena. Mesmo com tantos adiamentos, mesmo com problemas de produção, quem for ver a temporada no futuro mal deve perceber. O que o anime entrega é uma ótima história, com bons personagens que conseguem te emocionar, se você estiver disposto a criar um vínculo com eles. Para amantes de mecha é uma grande obra. Quem gosta de tragédias militares, também vai encontrar o que procura neste anime. Para mim, ele não será esquecido, e quero muito uma nova temporada.